quinta-feira, 14 de junho de 2012

Como Controlar Suas Contas

Não é difícil detectar o desequilíbrio orçamentário ao analisar seu comportamento familiar de consumo. Se você tem o hábito de gastar enquanto o saldo no banco permite, a constatação é imediata: o uso do dinheiro em sua família está sendo feito de forma errada, pois negligencia a necessidade de reservas no futuro. Se, por outro lado, você procura manter algum tipo de disciplina com os gastos ao controlar suas dívidas, mas não controla o suficiente para viabilizar sobras regulares, a situação é ainda pior. Você apenas tem mais trabalho para conduzir a vida de maneira descuidada. O controle, por si só, neste caso, pode ser uma perda de tempo.

Organizar o orçamento é o primeiro passo para evitar dívidas e manter a saúde de seu bolso, além de ajudar a determinar onde você vai gastar o seu dinheiro. Se você não faz orçamento, não sabe onde gastar e onde cortar despesas para manter uma vida financeira saudável, caso seja necessário.

Para manter esse controle, lance mão da ferramenta que achar mais fácil para você, desde uma planilha de finanças no computador a uma simples folha de papel. Em um de nossos programas anteriores já lhe ensinamos como elaborar um orçamento doméstico simples. Acesse nosso blog e reveja o programa intitulado “Orçamento Familiar” para aprender mais sobre o assunto. Mas vale recordar que fazer um orçamento é tão somente levantar a receita liquida da família, como salário depositado na conta bancária, uma receita patrimonial como um aluguel, uma pensão, aposentadoria, etc. Se você é um autônomo, considere a média mensal de sua receita descontando as despesas com sua atividade. Depois relacione tudo que você gasta normalmente, agrupado em itens similares, como várias despesas que você tem com o seu carro como despesas com veículo e assim sucessivamente.

É bom relembrar sempre de algumas dicas de consumo que ajudam a reduzir este grupo de despesas. Uma delas é racionalizar algumas despesas diárias, mesmo as pequenas, pois podem fazer uma grande diferença no final do mês. Um exemplo simples é trocar lâmpadas e aparelhos elétricos por modelos mais eficientes, com o objetivo de reduzir a conta de energia elétrica. Controlar o gasto com celulares e adequar os planos contratados junto à operadora para achar a opção mais econômica é outra boa medida. Sem falar na regra número um para ter um consumo eficiente: pesquisar preços e evitar as compras de impulso.

Nesse sentido, os parcelamentos podem ser uma armadilha. Fuja de todos eles. Compre sempre à vista e negocie descontos. Podem existir situações em que comprar parcelado seja uma opção interessante, pois não tem acréscimo de juros e não existe a opção de compra à vista com desconto. Um bom exemplo é a compra de passagens aéreas. Se este for o caso, o valor que você iria pagar à vista deveria ficar numa conta de poupança rendendo juros, ou se realmente for pagar as parcelas com seus salários futuros, esta parcela deve estar prevista no seu orçamento, ou seja, dentro de suas despesas mensais regulares.

Uma dúvida que surge quando vamos fazer uma planilha de orçamento doméstico é o nível de detalhamento que esse controle exige. Os economistas respondem que quanto mais detalhada for essa planilha, melhor. No entanto, quero reiterar o que já dissemos, tente fazer um resumo, agrupando as despesas afins, como as compras de mercado, compras na feira, na padaria, etc, como despesas com alimentação.

Atrelado ao orçamento lembre-se agora da importância de manter um controle periódico de todas as suas despesas mensais. Isto vai lhe permitir fazer comparações de gastos e saber exatamente onde está escoando sua renda. Uma vez que você tem o conhecimento detalhado de suas despesas, será muito mais fácil comparar com o seu orçamento e,  havendo necessidade, fazer os ajustes naquelas despesas que estão extrapolando o que foi orçado.

Se você fizer este controle de gastos com periodicidade em alguns meses, poderá identificar aquilo que eu chamaria de “inflação do seu padrão de vida”. As pessoas possuem padrões de vida diferentes e como os aumentos dos preços variam de produtos e serviços de forma diferente, é possível que o aumento do seu custo de vida seja maior que o da sociedade em geral e o aumento de seu salário, através dos dissídios, pode não ser suficiente para ajustar seu padrão de vida. Se isto acontecer, não tem outro caminho, a não ser mudar seu padrão de vida, diminuir suas despesas, ajustar seu orçamento, para que não apareçam os endividamentos. Todas as vezes que você compara suas despesas com o seu orçamento, é uma oportunidade para uma reflexão sobre suas prioridades materiais e de consumo. Ao se fazer os cortes, gastos menos prioritários devem ser reduzidos.

Não há remédio, é preciso viver com a renda que se tem. Manter o equilíbrio financeiro é bom para a saúde psicológica. E tudo isso começa no orçamento.

Vamos fazer um resumo desta metodologia de controle que consideramos ideal na busca da estabilidade financeira:
  1. Conhecer suas despesas: para tanto, lance mão de uma pequena caderneta e anote todas as despesas. Uma vez que normalmente o marido e a mulher é que realizam as compras e pagamentos da família, cada um deve ter a sua caderneta de anotações. Se necessário, faça isto por três meses para ter uma média mais aproximada das despesas. Se existe um pagamento que é feito apenas uma vez no ano, como o IPVA do carro, anote na base de 1/12. Agrupe as despesas quando forem itens afins.
  2. Com base nesta média de despesas, faça seu orçamento mensal. Envolva toda a família e façam isto em comum acordo.
  3. Periodicamente use uma caderneta similar para fazer o acompanhamento de onde está realizando seus gastos efetivos e faça uma comparação com o seu orçamento.
  4. Temos então o 4º. e importante passo. Ao descobrir os desvios, faça os ajustes necessários, ou seja, corte despesas, mude seu padrão de vida se for o caso, mas não deixe que suas despesas estejam em desconformidade de seu orçamento. Se estes ajustes não forem feitos, todo seu esforço será em vão.
Segundo pesquisas recentes, a estrutura orçamentária de uma família brasileira, em geral, tem suas despesas distribuídas mais ou menos com os seguintes percentuais:
  • 30% para moradia,
  • 25% para alimentação,
  • 12% para saúde e higiene pessoal,
  • 15% para transportes,
  • 8% para educação e cultura,
  • 5% para lazer,
  • 5% para gastos diversos.
Esses percentuais referem-se a um consolidado médio de todas as famílias brasileiras. As estruturas de gastos podem variar conforme a classe social.

Como no Brasil a renda per capita é baixa, as necessidades básicas, como moradia e alimentação, pesam muito mais nas classes de renda mais baixa e influenciam bastante essa média. Por isso cada família que se reunir para elaborar o orçamento doméstico irá avaliar como está sua condição socioeconômica.

É imprescindível a elaboração de um orçamento, que é basicamente listar Receitas e Despesas. Mais que um cuidado necessário, fazer o orçamento pode revelar algumas surpresas para aqueles que o fizerem pela primeira vez. Pode haver uma diferença grande entre os valores orçados e desejados com o que realmente são gastos. Conforme for criado o hábito e experiência, a diferença vai diminuir. Porém essa diferença dificilmente desaparecerá devido aos imprevistos, já que na prática, as Receitas tendem a diminuir enquanto as Despesas quase sempre aumentam. É por isto que temos dedicado tema para falar da importância de um fundo reserva, ou uma poupança. Não vamos entrar em detalhes, mas fica aqui um conselho fundamental: deixe que sobre um pouco no seu orçamento mensal, não comprometa toda sua renda, deixe uma sobra que será destinada ao fundo reserva. Este fundo irá ajudá-lo a cobrir os imprevistos e a fazer frente ao seu planejamento patrimonial, as férias de sua família, entre outros projetos futuros.

Agora você pode perguntar: “Mas como fazer para sobrar dinheiro no final do mês e não sobrar mês no fim do dinheiro?” Basta começar elegendo prioridades! Se você não pode ter tudo, terá de fazer escolhas e aprender a fazer escolhas não é uma tarefa simples, mas imprescindível se você quiser ter uma vida mais confortável.

Outro detalhe importante: lembre-se de pagar suas contas pontualmente. Preste atenção às datas de vencimento para que você não gaste com multas por atraso e assim venha reduzir sua renda.

Portanto, planeje-se, coloque seus gastos no papel, observe onde podem ser feitos cortes, verifique o que é necessário. Depois dessa análise você poderá dar passos seguros para controlar as contas e não deixá-las que elas controlem você.
 ”Se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não o lancem rosto, e ser-lhe-á dada.” Tiago 1:5

Fonte: SALDO EXTRA - TV NOVO TEMPO

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