"Pois assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do Homem. Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o receberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem." (Mateus, 24: 37-39).
Este espaço, de maneira humilde e simples, tem se dedicado a apresentar e discutir a esperança de todo verdadeiro cristão, qual seja, o retorno, com poder e grande glória, de nosso amado Senhor, Jesus Cristo.
Ele próprio, quando aqui esteve, abriu conversações sobre esse tema. No capítulo 24 do Evangelho de Mateus está relatada a conversa de Jesus com seus discípulos que lhe pedem: "Dize-nos quando sucederão estas coisas e que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século." (Mateus, 24: 3).
Na verdade, Jesus não lhes indica somente um sinal, mas vários; entre eles sempre lembramos de guerras e rumores de guerras, fomes e doenças em todas as partes do mundo, terremotos, entre outros. Porém, um sinal que nos chama bastante atenção está relatado nos versos 37 a 39: "Pois assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do Homem. Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o receberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem." (Mateus, 24: 37-39).
Mas, então, como eram os dias de Noé? O que nos diz a Bíblia sobre aqueles longíquos e distantes dias? Quais as semelhanças entre o nosso tempo e o tempo antidiluviano?
Vejamos: "Viu o SENHOR que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração; então, se arrependeu o SENHOR de ter feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração. Disse o SENHOR: Farei desaparecer da face da terra o homem que criei, o homem e o animal, os répteis e as aves dos céus; porque me arrependo de os haver feito. Porém Noé achou graça diante do SENHOR. Eis a história de Noé. Noé era homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos; Noé andava com Deus. Gerou três filhos: Sem, Cam e Jafé. A terra estava corrompida à vista de Deus e cheia deviolência. Viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque todo ser vivente havia corrompido o seu caminho na terra. Então, disse Deus a Noé: Resolvi dar cabo de toda carne, porque a terra está cheia da violência dos homens; eis que os farei perecer juntamente com a terra." (Gênesis, 6: 5-13).
Nos tempos de Noé o homem havia se tornado sobremodo mau, corrompido e violento. Será que Jesus equivocou-se a comparar os últimos dias (que cremos estar vivendo neles) com os dias do patriarca da arca?
Não é necessário muita coisa para afirmarmos, de modo absoluto: NÃO, Jesus não se equivocou. Com os olhos num passado longíquo e ainda num futuro distante, Jesus pôde perceber gravíssimas semelhanças -graves, não só por envolver atitudes de violência e corrupção, mas graves pelo momento da história que vivemos.
Seria exagero afirmar que hoje, como naqueles tempos, o desígnio do coração do homem tende sempre para o mal? Diariamente nos deparamos com notícias as mais absurdas, envolvendo o aspecto da violência, que tem atingido níveis jamais imaginados. O próprio Brasil, há pouqíssimo tempo, assustou-se com o nível de violência de um jovem (também vítima da violência cotidiana) que adentrou uma escola de crianças e adolescentes, no Rio de Janeiro, e matou cerca de 12 alunos, a sangue frio e depois tirou a sua própria vida. Crimes como este, por aqui, eram só conhecidos por acontecer em terras distantes (EUA e Europa).
As notícias de corrupção e roubo tomam conta das páginas de nossos jornais e do tempo (caro, por sinal) e espaço dos telejornais; desvio de dinheiro público, falsificações, suborno, mentiras, tudo em nome de um enriquecimento fácil e rápido e à custa de muitas vidas. Também há pouquíssimos meses, em Belo Horizonte foi fechado um laboratório e presos seus proprietários e farmacêutico, por falsificarem medicações; estima-se que 4 mulheres faleceram em virtude desses medicamentos. O laboratório é, ainda, alvo de investigação em Roraima, acusado pela morte de 13 recém-nascidos.1
Tudo isso, para aquele estudante diligente da Palavra de Deus, é triste, mas não novidade, afinal, foi Jesus mesmo quem nos alertou: "E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos." (Mateus, 24: 12). Ou seja, outro sinal importante da proximidade da volta de Jesus e que está na base de todo o sofrimento causado pela violência e a corrupção do coração humano é, sem dúvida, a falta de amor. A vida nada mais vale, é descartável, as pessoas se tornaram descartáveis. Muitas vezes são apenas números em estatísticas frias e assombrosas de quantas pessoas estão na linha da miséria ou abaixo da linha da pobreza; de quantos assassinados por dia; de quantas mães abandonam seus recém-nascidos na sarjeta; de quantas mulheres agredidas ou violentadas; de quantas crianças e adolescentes sofrendo abusos dos próprios pais.
Além disso, Jesus alertou que as pessoas viveriam a sua vida sem perceberem os dias urgentes que vivemos e isso se mostra até mesmo entre o cristianismo prevalecente. O fato de Jesus estar às portas não nos deve impedir de criar nossos filhos, de realizarmos sonhos profissionais ou de casamentos, porém, essas coisas não nos devem impedir o preparo necessário para "receber" Jesus quando Ele aparecer nas nuvens dos céus. O momento é solene, não é momento de festas, de glutonarias e bebedices e os professos cristãos parecem que ainda não se aperceberam disso, vivem como se Jesus nunca fosse voltar. Atente bem para as palavras do apóstolo Paulo: "Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito." (Gálatas, 5: 19-21 e 24 e 25).2
Algumas centenas antes de Jesus fazer tal profecia, o profeta Daniel, cujas visões também giravam em torno da segunda vinda de Cristo, prognosticou: "Por sua astúcia nos seus empreendimentos, fará prosperar o engano, no seu coração se engrandecerá e destruirá a muitos que vivem despreocupadamente; levantar-se-á contra o Príncipe dos príncipes, mas será quebrado sem esforço de mãos humanas." (Daniel, 8: 25). Neste caso, Daniel alerta para o perigo que é viver despreocupadamente, uma vez que estamos em meio a um conflito milenar entre o bem e o mal e, aqueles que vivem desapercebidamente ou sem preocupação com os tempos em que estamos vivendo, infelizmente, encontrarão somente a ruína e a destruição.
Mas o Senhor é também misericórdia. Nos dias precedentes ao dilúvio, Noé achou graça diante do Senhor. Nesses últimos dias Ele também achará graça em muitos de nós. É necessário, porém, que tomemos uma posição ao lado de Cristo; é necessário não perder de vista o grande conflito no qual estamos inseridos e realizar as obras daquEle que como homem em tudo foi tentado, mas sem pecado (Hebreus, 4: 15); é necessário cumprir, em nossas vidas, a ordem do Mestre, de amar uns aos outros, de amarmos ao próximo como a nós mesmos; somos chamados para ser sal da terra e luz do mundo; com a permissão de Deus, arrisco-me em ir mais longe, devemos ser as últimas chamas do fogo do amor a arder nesse mundo de pecado, dor e violência; lembre-se, Jesus disse que o amor se esfriaria de QUASE TODOS, que estejamos entre aqueles cujo gelo do ódio e da indiferença não prevaleceram em suas vidas.
Deus abençoe a todos.